Violence Against Women in Brazil

 Public Policy and its Implementation in Rural Areas

by | Nov 3, 2022

Oito horas da noite — é hora de se reunir na sala para assistir ao noticiário nacional no Rio de Janeiro, Brasil. Este era o ritual da minha família todos os dias da semana, sem exceção. Minhas notícias favoritas cobriam a cultura e música. Todavia, os homens em nossa casa preferiam assistir notícias sobre esportes, especialmente sobre os torneios internacionais de futebol. Infelizmente, uma das notícias regulares era os relatos de violência nas principais cidades do Brasil. As histórias das casualidades resultantes da violência tornaram-se rotineiras, fazendo com que nós — o público — gradualmente ficassemos acostumados com as terríveis notícias, quase desensibilizados pelos fatos. No entanto, era impossível não notar um padrão claro no programa de notícias diário: as vítimas de violência, muitas vezes fatais, eram geralmente mulheres. O que não podiamos prever era o aumento drástico desses números, anos depois, causado por uma pandemia global.

A exibição “Nunca me calarei” do fotógrafo Marcio Freitas foi apresentada na praia de Copacabana, em 2017. Uma ONG local, Rio de Paz, adicionou 420 roupas íntimas à cena, representando o número de mulheres estupradas a cada 72 horas no Brasil naquela época. Em Pauta/Tânia Rêgo, Agênca Brasil

A violência contra a mulher (VCM) é comum na América Latina, perpetrada de várias formas, incluindo violência doméstica, agressão sexual, estupro, abuso psicológico e assassinato — este último também conhecido como feminicídio, quando o assassinato acontece estritamente com base no sexo da vítima. O Covid-19 aumentou drasticamente o número de mulheres em situação de violência na América Latina, segundo especialistas brasileiros e internacionais. Esta pandemia sombria colocou as mulheres em maior risco, minando sua segurança mesmo em suas próprias casas. No Brasil, cerca de 43 por cento de seus municípios apresentaram aumento de 20,3 por cento na VCM em comparação com os níveis antes da pandemia. Retrocessos econômicos e medidas restritivas de mobilidade contribuíram para os maiores índices de violência doméstica e desigualdades de gênero no país. Dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que 24,4% das mulheres brasileiras — quase uma em cada quatro — sofreram algum tipo de violência ou agressão durante a pandemia.

O sistema legal também foi afetado pelo rápido crescimento do número de casos de VCM durante a pandemia nas grandes cidades do Brasil. Em vários estados, o número de processos por violência doméstica aumentou de forma alarmante. No sul do estado de Santa Catarina, o número de casos chegou a 36.274 em dezembro de 2020. Em São Paulo, foram registrados 15.628 casos de VCM entre janeiro e maio de 2021. O Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgou dados preocupantes sobre VCM no estado do Rio de Janeiro durante 2020, onde 78 mulheres foram vítimas de feminicídio e 4.086 vítimas de estupro.

Mulher segura cartaz “Machismo mata”, durante protesto sobre a violência contra as mulheres. El Pais | Brasil/ Tomaz Silva (Agencia Brasil)

Em ambas situações, a maioria dos casos foi perpetrada por parceiros íntimos atuais ou antigos, dentro de casa. Mas especialistas dizem que muitos outros casos não foram relatados e não contados, o que afeta diretamente a capacidade das mulheres de receber apoio adequado da polícia e dos trabalhadores na área da saúde.

Em minha pesquisa sobre a implementação da legislação brasileira atual que criminaliza a VCM, descobri que, embora o país tenha aprovado leis inovadoras que oferecem proteção legal às mulheres contra a violência, a implementação encontrou obstáculos significativos, especialmente durante a pandemia. As áreas rurais do norte e nordeste do Brasil são as regiões mais afetadas onde os serviços públicos são extremamente escassos. Ainda quando esses serviços estão disponíveis, eles carecem de infraestrutura, experiência e recursos econômicos necessários para prestar assistência adequada às mulheres vítimas de violência. Um dos principais desafios é a falta de instituições locais de saúde para prestar atendimento de qualidade e especializado às vítimas de violência. No interior do Rio Grande do Sul, um estudo mostra que a VCM frequentemente não é tomada como uma questão de gestão em saúde, mas sim como uma questão de saúde mental e segurança pública. Dessa forma, os gestores de saúde não consideram parte de sua responsabilidade oferecer programas de saúde voltados especificamente a atender vítimas de VCM.

Cartazes de protesto da violência contra as mulheres no Rio de Janeiro, em Julho de 2022. Folha de S. Paulo/ Eduardo Anizelli

O sistema de seguro de saúde patrocinado pelo governo, “Sistema Único de Saúde” (SUS), dá às mulheres acesso gratuito aos serviços públicos de saúde. Embora isso continue sendo um direito legal crucial, as condições desses hospitais públicos são muitas vezes deploráveis, faltando equipamentos, pessoal médico e higiene sanitária básica. Além disso, nem todos os municípios brasileiros possuem hospitais conveniados ao programa SUS patrocinado pelo governo, tornando ainda mais desafiador para as mulheres em áreas remotas procurarem assistência médica quando sofrem violência sexual. Durante a pandemia, a situação foi agravada pelo alto fluxo de pacientes hospitalares, que levou o sistema público de saúde brasileiro à beira do colapso. Mesmo em estados onde o sistema público de saúde era relativamente acessível, as mulheres da zona rural ainda o criticavam, alegando que as unidades destinadas a prestar serviços básicos e especializados não ofereciam atendimento eficiente às vítimas de violência. Aqueles que puderam receber algum tipo de atendimento também reclamaram que a oferta desses serviços não era suficiente para atender a alta demanda das vítimas.

Bem antes do Covid-19, a inadequação dos serviços prestados às mulheres rurais se estendia para além do setor de saúde. No Nordeste do Brasil, as vítimas da VCM descobriram que suas queixas eram frequentemente ignoradas, desencorajando-as a procurar ajuda das agências de aplicação da lei. A tendência de rejeitar alegações de violência sexual é, lamentavelmente, um problema contínuo e generalizado entre os cidadãos comuns. Um estudo de campo ressalta como as mulheres que denunciaram às autoridades nos estados do nordeste encontraram comportamento de desdém. As áreas rurais também enfrentam uma falha sistêmica em rastrear e relatar dados básicos sobre incidentes de violência. Infelizmente, a falta de coordenação entre as instituições governamentais nos níveis federal, estadual e local dificulta respostas efetivas à VCM, limitando a capacidade de coletar e compartilhar dados entre as instituições. As assistentes sociais e ativistas brasileiras Patricia Krieger Grossi e Ana Rita Costa Coutinho chamam isso de violência estrutural quando os serviços públicos são fracos ou totalmente ausentes. Em vez de prevenir a VCM, sua ausência ou inadequação acaba perpetuando o ciclo de violência contra as mulheres.

A construção predominante de gênero no Brasil pode ser uma das maiores barreiras para abordar a VCM nas comunidades rurais. Sendo criada no Rio de Janeiro, sempre ouvia comentários dentro de nosso círculo de conhecidos sobre mulheres que sofreram violência sexual: “Foi culpa dela;” “Ela não deveria estar usando aquela roupa;” ou “Ela é uma mulher casada e deve permanecer com o marido independentemente das ‘dificuldades.’” Grande parte da VCM está inserida em fatores estruturais, como a cultura patriarcal do machismo. Esse conceito define o papel do homem na sociedade com base em sua masculinidade, o que cria uma mentalidade amplamente compartilhada: espera-se que as mulheres permaneçam em papéis tradicionais enquanto os homens ocupam posições de poder e domínio sobre elas. Entre outros fatores, esse comportamento cultural e normas sociais muitas vezes são informados por crenças religiosas que geralmente são interpretadas erradas, dificultando o empoderamento das mulheres e a igualdade de gênero. Vemos essas dinâmicas na vida cotidiana, nas sutis interações entre os dois gêneros nas ruas, no trabalho e em casa, e até mesmo por meio de veículos culturais onde as mulheres são muitas vezes referidas de forma negativa. Isso se estende a várias práticas culturais, incluindo o gênero musical muito popular do funk brasileiro que rotineiramente retrata as mulheres de forma humilhante.

A mão de uma mulher sobre o seu chapéu de trabalho, um símbolo da vida rural. CBN Floripa/ Felipe Carneiro, Agência RBS

A noção predeterminada do que constitui feminilidade e masculinidade, combinada com expectativas sociais e papéis de gênero, apenas contribuem para fortalecer o preconceito que, por sua vez, informa os processos de tomada de decisão nos níveis micro e macro. Sem dúvida, uma mentalidade de gênero, em particular o hábito de atribuir às mulheres um papel submisso, sustenta a normalização da VCM. As normas culturais baseadas em gênero agravaram consideravelmente o impacto da pandemia nas áreas rurais, onde o acesso à educação, emprego, a aplicação da lei e serviços básicos é muito mais limitado. Além disso, as mulheres rurais são mais propensas a vivenciar essas dinâmicas, dada a distância dos centros urbanos, fato que pode desencorajar as mulheres de denunciar os agressores pois precisam percorrer longas distâncias para acessar os serviços de proteção.

As políticas públicas de redução da VCM são um passo notável e indispensável para o enfrentamento desse problema. Mas as leis não se implementam sozinhas e muitas vezes as barreiras culturais bloqueiam a implementação onde é mais necessária. Além disso, mesmo quando uma lei é efetivamente implementada, as atitudes culturais e os costumes sociais continuam sendo um problema avassalador. Nos mais de dez anos desde que saí de casa para estudar e trabalhar nos Estados Unidos, pouca coisa mudou. Toda vez que visito minha família no Rio, ainda continuamos com o nosso ritual noturno de assistir ao noticiário juntos na televisão – e as notícias sobre a VCM quase não melhoraram. Pelo contrário, o abuso e a violência foram exacerbados pelo Covid-19, aumentando os já alarmantes incidentes de VCM nas regiões urbanas e rurais. Não basta apenas apontar a grave sinergia dos efeitos econômicos de uma séria crise sanitária com os hábitos e normas culturais da sociedade brasileira. O que é preciso são melhorias estruturais para garantir um futuro em que o noticiário das oito horas da noite não apresentem mais notícias sobre mulheres como vítimas de violência.

Eight o’clock in the evening—it’s time to gather and watch the national news program in Rio de Janeiro, Brazil. This was my family’s ritual every weekday, without exception. My favorite news stories included culture and music. Unsurprisingly, the men in our house preferred watching sports, especially international soccer tournaments. Sadly, a regular feature was the ugly, and all too common, reports of violence in Brazil’s major cities. The stories of the resulting casualties became routine, making us—the audience—gradually accustomed to the dreadful news, almost unmoved by it. Yet, it was impossible not to notice a clear pattern on the daily news program: the victims of often-fatal violence were usually women. What we could not foresee was the drastic increase in such numbers, years later, caused by a global pandemic.

The exhibition “I’ll never be silent” (“Nunca me calarei) by photographer Marcio Freitas presented in Copacabana beach, in 2017. A local NGO, Rio de Paz, added 420 underwear to the scene, representing the number of women raped every 72 hours in Brazil then. Em Pauta/Tânia Rêgo, Agênca Brasil

Violence against women (VAW) is commonplace in Latin America, perpetrated in several forms, including domestic violence, sexual assault, rape, psychological abuse and murder—the latter also known as femicide, when killing happens strictly based on the victim’s gender. Covid-19 sharply increased the number of women experiencing violence in Latin America, according to Brazilian and international experts. This shadow pandemic has placed women at greater risk, undermining their safety even in their own homes. In Brazil, nearly 43 percent of its municipalities had a 20.3 percent increase in VAW in comparison to pre-pandemic levels. Economic setbacks and restrictive mobility measures contributed to the higher rates of domestic violence and gender inequalities in the country. Data released by the Brazilian Forum of Public Security reveals that 24.4 percent of Brazilian women—almost one in four—suffered some type of violence or aggression during the pandemic.

The legal system was also affected by the sharp growth in the number of VAW cases during the pandemic in Brazil’s larger cities. In several states, the number of domestic violence lawsuits increased alarmingly. In the southern state of Santa Catarina, the number of cases reached 36,274 in December 2020. In São Paulo, 15,628 cases of VAW were registered between January and May of 2021. The Institute of Public Security (ISP) released disturbing data on VAW in the state of Rio de Janeiro during 2020, where 78 women were victims of femicide and 4,086 victims of rape.

Protest signs on violence against women in Rio de Janeiro, July 2022. Folha de S. Paulo/ Eduardo Anizelli

In both instances, the majority of the cases were perpetrated by current or former intimate partners and at home. But experts say many more cases went unreported and uncounted, which directly impacts the ability for women to receive adequate support from police and medical providers.

In my research on the implementation of current Brazilian legislation that criminalizes VAW, I found that while the country has passed groundbreaking laws that offer legal protection to women against violence, implementation has encountered significant hurdles, especially during the pandemic. Rural areas in the north and northeast of Brazil are the most affected regions where public services are extremely scarce. When these services are available, they lack the infrastructure, expertise and economic resources required to provide adequate assistance to female victims of violence. One of the main challenges is the lack of local health institutions to provide quality and specialized care to victims of violence. In the countryside of Rio Grande do Sul, a southern Brazilian state, a study shows that VAW is frequently not perceived as a health management issue, but rather as a mental health and public security matter. As such, health managers do not see it as their responsibility to offer health programs designed to assist VAW victims.

The government-sponsored health insurance system, “Sistema Único de Saúde” (SUS), gives women free access to public healthcare services. While this remains a crucial legal right, the conditions of such public hospitals are often deplorable, lacking equipment, medical personnel and basic hygiene. Additionally, not all Brazilian municipalities have hospitals affiliated with the government-sponsored SUS program, making it even more challenging for women in remote areas to seek medical assistance when experiencing sexual violence. During the pandemic, the situation was aggravated by the high influx of hospital patients, which stretched the Brazilian public health system to the brink of a collapse. Even in states where the public health system was relatively accessible, women in rural areas still criticized it, claiming that the units designed to provide basic and specialized services did not offer efficient support to victims of violence. Those who were able to receive some form of assistance also complained that the supply of such services was not enough to meet the high demand from victims.

Well before Covid-19, the inadequacy of services provided for rural women extended beyond the healthcare industry. In Northeast Brazil, VAW victims found their complaints were often ignored, discouraging them from seeking help from law enforcement agents. The tendency to dismiss claims of sexual violence is, regrettably, a continuing, widespread problem among regular citizens. A field study underscores how women who reported to authorities in the northeastern states encountered dismissive behavior. Rural areas also face a systemic failure to track and report basic data on incidents of violence. Unfortunately, the lack of coordination between governmental institutions at the federal, state and local levels hinders effective responses to VAW, limiting the ability to collect and share data across institutions.  Brazilian social workers and activists Patricia Krieger Grossi and Ana Rita Costa Coutinho call it structural violence when public services are weak or absent entirely.  Instead of preventing VAW, their absence or inadequacy thus ultimately perpetuates the cycle of violence against women.

Brazil’s predominant construction of gender may be one of the greatest barriers to addressing VAW in rural communities. Growing up in Rio de Janeiro, I would hear comments from our circle of friends on women who had experienced sexual violence: “It was her fault;” “She shouldn’t have been wearing that;” or “She is a married woman and must remain with her husband regardless of the ‘difficulties.’” Much of VAW is embedded in structural factors, such as the patriarchal culture of machismo. This concept defines men’s role in society based on their masculinity, which creates a widely shared mentality: Women are expected to remain in traditional roles while men occupy positions of power and dominance over them. Among other factors, such cultural behavior and social norms oftentimes are informed by religious beliefs that are wrongfully interpreted, hindering women’s empowerment and gender equality. We see these dynamics in everyday life, in the subtle interactions between both genders on the streets, at work and at home, and even through cultural outlets where women are often referred to in a negative manner. This extends to various cultural practices, including the very popular musical genre of Brazilian funk that routinely portrays women in a demeaning fashion.

Woman’s hand over her working hat, a symbol of the rural life. CBN Floripa/ Felipe Carneiro, Agência RBS

The predetermined notion of what constitutes femininity and masculinity, combined with societal expectations and gender roles, only contribute to strengthening prejudice that in turn informs decision-making processes at the micro and macro levels.  Undoubtedly, a gender-biased mindset, in particular the habit of assigning to women a submissive role, sustains the normalization of VAW. Gender-based cultural norms have considerably aggravated the impact of the pandemic in rural areas where access to education, employment, law enforcement and basic services is much more limited. Additionally, rural women are more likely to experience these dynamics, given their distance from urban centers—a fact that may discourage women from reporting aggressors as they need to commute long distances to access protection services.

The public policies designed to reduce VAW are a notable, indispensable step towards addressing this problem. But laws do not implement themselves and oftentimes cultural barriers block implementation where it is most needed. Moreover, even when a law is effectively implemented, cultural attitudes and social mores remain an overwhelming problem. In the more than ten years since I first left home to study and work in the United States, not much has changed. Every time I visit my family in Rio, we still observe our evening ritual of watching the news together on television—and the news about VAW has barely not improved. On the contrary, abuse and violence have been exacerbated by Covid-19, increasing the already alarming incidents of VAW in both urban and rural regions. It is not sufficient to merely point to the grave synergy of the economic effects of a serious health crisis with the cultural habits and norms of Brazilian society. What is needed are structural improvements to ensure a future in which the eight o’clock broadcast news program no longer features women as victims of violence.

Ingrid Magalhães, natural do Rio de Janeiro, Brasil, mudou-se para os Estados Unidos aos 22 anos para continuar seus estudos. Ingrid viu em primeira mão o impacto das injustiças sociais e da violência contra as mulheres em sua comunidade. Tais experiências despertaram seu desejo de adequar sua formação acadêmica e profissional à segurança humana e à resolução de conflitos. Ingrid tem um diplom associado. em Artes Liberais pelo Norwalk Community College, um bacharelado. em Governo pelo Smith College e mestrado em Direito e Diplomacia pela Fletcher School da Tufts University. Atualmente, Ingrid trabalha para uma organização não governamental no âmbito de igualdade das mulheres na América Latina. 

Ingrid Magalhaes, a native of Rio de Janeiro, Brazil, moved to the United States in her early 20s to pursue her education. Ingrid witnessed the impact of social injustices and violence against women firsthand in her community. Such experiences have stirred her desire to tailor her academic and professional training towards human security and conflict resolution. Ingrid holds an A.A. in Liberal Arts from Norwalk Community College, a B.A. in Government from Smith College, and a M.A. in Law and Diplomacy from the Fletcher School at Tufts University. Ingrid is currently working for a nongovernmental organization on women’s equality in Latin America.

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